Subsídio ao diesel deve ficar R$ 2 bi mais barato que o previsto, dizem importadores

Os subsídios ao diesel, adotados depois da paralisação dos caminhoneiros, deverão custar R$ 2 bilhões a menos que os R$ 9,5 bilhões previstos inicialmente, de acordo com a Abicom, associação dos importadores de combustíveis.

Ao adotar a subvenção, o governo calculou que seria preciso pagar R$ 0,30 por litro. A fatura, no entanto, será menor, segundo Sérgio Araújo, presidente-executivo da entidade.

“O preço do diesel teve uma queda, e o dólar também. O governo tem desembolsado valores entre R$ 0,23 e R$ 0,26 por litro do combustível. No fim, vai sobrar cerca de 20,8% do montante alocado.”

A previsão é que as cotações sigam em tendência de baixa e não haja necessidade de seguir com o programa de subvenção, segundo Manoel Pires, pesquisador do Ibre/FGV.

A paralisação dos caminhoneiros aconteceu em um momento de “tempestade perfeita”: alta do dólar, do barril do petróleo e grande volatilidade nas remarcações de preços da Petrobras.

Além da mudança dos valores do câmbio e do diesel, a empresa estatal passou a redefinir valores mensalmente, o que ajuda os caminhoneiros e consumidores a se planejarem, segundo Pires.

“A tempestade se dissipou. O governo eleito está habilitado a resolver a questão. Ele [Bolsonaro] pode decidir manter a subvenção por motivos políticos —no fim do primeiro turno, ele agradeceu aos caminhoneiros pela votação.”

Se o subsídio for prorrogado, não será uma despesa extraordinária, como é em 2018.

 

Embalagem nacionalizada

 

A farmacêutica japonesa Daiichi-Sankyo vai nacionalizar parte de sua linha de produção de medicamentos oncológicos em 2019, segundo o diretor-geral da companhia no país, Marcelo Gonçalves.

“Teremos uma divisão de embalagem local. Como é uma área que precisa ser segregada e segue legislação específica, serão necessários investimentos”, diz ele.

O aporte planejado é de R$ 37 milhões. Três fármacos para tratamento contra o câncer deverão ser lançados até 2020.

Os recursos também serão utilizados na expansão do portfólio no país e no aumento das exportações —a fábrica brasileira, localizada em Barueri (SP), atende a 12 mercados da América Latina.

“Cerca de 65% das nossas vendas acontecem no Brasil”, diz Gonçalves.

“Nosso principal comprador era a Venezuela, mas interrompemos os negócios devido à crise por lá. Hoje, é o México e, em 2019, teremos um crescimento na América do Sul.”

Raio-X
Daiichi-Sankyo

R$ 500 milhões
é o faturamento estimado da operação brasileira

410
são os funcionários no país

¥ 910 bilhões
(R$ 30,1 bilhões no câmbio atual) é a projeção para a receita global

 

Central sindical busca Bolsonaro e defenderá reforma do INSS

A UGT, a segunda maior central sindical do país em número de trabalhadores filiados, tem buscado interlocução com membros da equipe econômica de Jair Bolsonaro para negociar apoio à reforma da Previdência.

O presidente da entidade não participou de reunião com representantes de outras oito centrais em São Paulo nesta segunda (12).

O encontro definiu oposição a uma eventual votação da reforma neste ano.

As instituições marcaram protestos em defesa do atual modelo do INSS e contra o fim do Ministério do Trabalho para o dia 26.

“Havia um membro da UGT que não representa a central na reunião. Para nós, o sistema precisa ser alterado, mas deve ser igual para todos. Temos uma proposta e queremos dialogar”, afirma o presidente, Ricardo Patah.

“Não queremos fazer qualquer debate com pressa, como o novo governo queria”, afirma João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.

“Nosso sistema é solidário, público e universal, e deve continuar assim, disso não abrimos mão. A alternativa chilena que o novo governo parece querer é desastrosa”, diz o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

 

Os donos da bola

A construção de uma nova central hortifrutigranjeira na zona norte de São Paulo deverá iniciar-se em maio, prevê Sérgio Benassi, presidente do Nesp (Novo Entreposto de São Paulo).

A empresa aguarda o licenciamento ambiental.

Assim que obtiver o documento, o Nesp vai começar a fazer a terraplanagem —não importa se o governo estadual escolherá o projeto dela, no início da rodovia dos Bandeirantes, como o sucessor do Ceagesp.

A companhia é formada por 158 operadores de logística do segmento que atuam no atual entreposto mais importante de São Paulo.

“Independentemente da escolha do projeto, desenvolveremos o nosso. Temos todos os âncoras de abastecimento hortifrutigranjeiros. Duvido que os outros postulantes consigam levar operadores”, afirma Benassi.

 

Olhar voltado ao exterior

Cerca de 72% das grandes empresas brasileiras dizem ter aumentado investimentos no mercado internacional por conta da instabilidade econômica no Brasil, segundo levantamento da Fundação Dom Cabral com 69 companhias.

“A internacionalização ainda é baixa, em torno de 23%, mas tende a aumentar: em média, 37,5% dos aportes vão para projetos relacionados a expansões no exterior”, diz Lívia Barakat, uma das autoras.

A América do Sul e a América do Norte são as regiões mais buscadas pelas marcas nacionais. “Colômbia e México têm chamado mais a atenção das marcas”, afirma ela.

As empresas brasileiras mais internacionalizadas

  1. Fitesa
  2. Odebrecht
  3. Intercement
  4. CZM
  5. Stefanini
  6. Iochpe-Maxion
  7. JBS
  8. Minerva Foods
  9. Metalfrio
  10. Tupy

Fonte: Fundação Dom Cabral

 

Carro A fabricante de autopeças Cooper Standard começará a operar uma nova fábrica em São Bento do Sul (SC). O investimento é de R$ 15 milhões.

Gelado A sorveteria argentina Freddo voltará a abrir unidades no Brasil em 2019. Serão ao menos 20 inaugurações, segundo o sócio Juliano Russo. A empresa tem 26 lojas no país atualmente.

Atraso A inadimplência de pessoas físicas deverá cair 0,45 ponto percentual neste mês em relação a novembro de 2017, segundo o Ibevar (instituto de executivos do varejo). A taxa média estimada é de 4,96%.

 

Fonte: Folha de SP